Tuesday, March 8, 2011

O primeiro esquerdo

O 1º esquerdo foi a minha segunda casa. A casa em qualquer coisa podia acontecer, a casa quer será sempre um referência para mim e para muitas outras pessoas. Mas vamos começar pelo inicio, pelo meu inicio. Ano de 2005 entrei na universidade, infelizmente apenas na segunda fase. Nessa altura tentei encontrar casa, mas para além de não perceber bem como funcionava bem o mercado, nem sequer conhecer vila real, não conseguia encontrar o que queria. Lá fiquei provisoriamente alguns meses numa casa, para no inicio do segundo semestre se iniciar um novo ciclo. Começei a viver no 1º esquerdo, e quando digo 1º esquerdo falo de algo completamente divinal, aquele apartamento tinha algo de especial, algo que só quem por lá passou o pode sentir. 

Muitos dos meus bons momentos foram passados naquele apartamento, com um grupo de pessoas espectacular (com a excepção de um determinado individuo!).  Primeiro começei a viver com a Cátia, Pedro, e o Arlindo. Eu gosto de apelidar o Pedro e a Cátia como os meus "pais universitários". Eles nesse ano estavam no seu último ano e sabiam nos explicar como tudo se processava, a experiência é daquelas coisas que não se compram (e a inteligência). O Arlindo era um caloiro como eu, um amigo com o qual vivi 3 anos, e que 3 anos! 

No meu primeiro ano, provavelmente, tenho as minhas melhores memórias na universidade. O primeiro ano, o ano de caloiro é sempre algo especial, algo novo que cai do céu como um presente divinal, a partir daqui tudo depende de ti para aproveitares a oportunidade. Aqui começa uma nova vida, a construção de relações que provavelmente irão durar para a vida inteira, a minha primeira ressaca (das pesadas), entre outras coisas verdadeiramente incriveis, e grande parte destes momentos têm sempre alguma connecção com o 1º esquerdo. Aqui também uma palavra para outro apartamento que fez história, mas que não conseguiu resistir, ao 6º esquerdo (se não estou em erro, também palco de bons momentos. No 1º ano viver com todo aquele pessoal foi algo, mesmo, espectacular. Era uma mistura de diversão, alegria, mas ao mesmo tempo de consciência do que havia para fazer. Nesse ano existem momentos espectaculares naquela casa, mas nunca esquecerei de um certo jantar. Um jantar em que ninguém combinou nada, um jantar em cada um decidiu cozinhar para si mas que cada um tinha convidado alguém. Quando demos por ela estavamos cerca de 12 pessoas em casa, claro que nem toda a gente tinha sido convidada, mas por aqueles lados a todo o momento aparecia alguem. Lá tivemos que mudar de planos e toca a fazer comida para todos, o problema era como iramos cozinhar para todos, a panela era muito pequena, ainda tivemos que ir pedir uma panela "emprestada". Este jantar totalmente improvisado, foi um dos melhores da minha vida, com gente tão diferente, com uma massa que eu adoraria comer agora e totalmente espontaneo, inocente, algo natural, que só se encontrava no 1º esquerdo.

Mas infelizemente eles tinham acabado os seus respectivos estudos, dois novos membros entravam no nosso circuito, Tiago e um outro gajo que não interessa para a história. Este ano foi engraçado, ao mesmo tempo exaustivo, mas valeu a pena. Neste ano apenas tinha 5 cadeiras no ano todo e apenas ia a uma por semestre. Podem imaginar o meu tempo livre, e daqui vem a minha exaustão que tive (entre outras coisas).  A meio do segundo semestre dá-se uma troca, sai o Tiago e entra o Vegeta. Aqui forma-se um trio com mais histórias do que poderiam imaginar. Vivemos juntos por ano e meio. As histórias são diversificadas, espectaculares. É impossível esquecer muitas destas histórias, algumas que não convém revelar, a verdade é que se me ponho a contar histórias não iria sair daqui.

É impossível esquecer estas histórias, bem como dos nossos vizinhos. A nossa adorada vizinha do 2º esquerdo, como lhe gostávamos de chamar a "vizinha francesa". Pessoa que se gostava de queixar, mesmo quando não tinha razões para tal. Chegou mesmo a chamar a policia, quanta consideração ela tinha por nós. Talvez por os seus atributos físicos nós lá lhe dávamos um desconto!  Por baixo lá tínhamos o bigodes, um senhor com uma personalidade especial, digo eu com um bigode que lhe ficava a matar! As vezes lá gostava de se achar especial e dava-nos uns recados. Engraçado, passados alguns anos a empresa dele fechou, alegadamente por negócios, digamos não muito claros. Engrado como é receber "conselhos destas pessoas".

Foram 3 anos a viver lá que correspondem a 3 anos espectaculares. Quem teve a oportunidade de passar uma queima naquela casa, com certeza viveu algo de especial. Então quando o cortejo por lá passava, a casa literalmente tornava-se um barco a afundar! A casa é sinónimo que é dificil de descrever. Em todo o caso este é o meu tributo aquele apartamento, as pessoas que por lá viveram (quase todas), as pessoas que por lá passavam diariamente (e eram muitas, ou aquelas que não tinham onde viver, ou simplesmente não conseguiam chegar a casa). Por norma apelidavamos-a de casa do povo, por alguma razao seria! Era um ponto de encontro para todos, um lugar onde todos sabiam que podiam passar grandes momentos.

Longa vida ao 1ºesquerdo!



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