Tuesday, July 19, 2011

Jaipur, a cidade rosa

Depois do Nepal seguia-se Jaipur, conhecida como a pink city (cidade cor de rosa). A partir daqui vou começar a viajar sozinho, era uma nova experiência na minha vida. Sempre detestei viajar sozinho, vamos ver como me iria sair.



Depois do dia atribulado de ontem chego a Jaipur às 2h da manhã, sem noção onde deveria ficar, se iria ficar perto ou longe da cidade. Este é o desconhecimento total que não estou habituado com o qual não estou habituado. Claro que já sabia que iria ser abordado por condutores de rickshaw, sedentos por me levarem a determinado hotel para ganharem a sua comissão. À primeira tentativa já sabia que os preços iriam ser exagerados, à segunda lá arranjei a um preço razoável. Atendendo às circunstancias até que não correu mal, foi a diferença entre estar na India à cerca de 4 meses, se fosse logo no inicio seguramente a história seria outra. 

Comecei o dia a tentar a chegar à pink city, à parte da cidade antiga. No inicio tentei ir a pé mas depois desisti da ideia, estava meio perdido e longe do sitio por isso o melhor seria apanhar um rickshaw. O problema foi para  arranjar um, ninguém percebi para onde eu queria ir, mesmo tentando dizer os nomes em Hindi. Em determinado momento momento dizia um condutor que estava no sitio certo, quando na verdade estava no meio de nada. Lá apanhei um outro rickshaw, desta vez fiquei quase no sitio certo, apenas falhou a rua, bem como  o sentido. Estava apenas a ir no sentido oposto aonde deveria ir. 

One of the entrances in the pink city
Depois de muito andar sempre cheguei ao sitio certo. Pelo meio encontrei um gajo que exportava produtos para Portugal, queixou-se da embaixada em Delhi, para além de ser um cubículo dizia que as pessoas não eram as melhores. Mas uma pessoa que até sabia que nessa altura estavamos sem governo. Não é muito normal as pessoas terem tantas (ou nenhumas) informações sobre Portugal. O normal, usual é as pessoas quando digo que sou de Portugal ficarem a olhar para mim com cara de espantadas (algumas até com a boca aberta). Nota-se claramente que a maior parte das pessoas nem sequer tinha ouvido falar de Portugal. Mas o homem lá me deu uma dica, explicou-me que ao lado havia um templo em que se abrisse uma porta (estilo Lara Croft) poderia chegar ao telhado e ter uma boa visão sobre a cidade. Verdade e pelo meio ainda conheci o tipo que cuidava do templo. O mais engraçado é que no próprio templo o homem vendia produtos típicos da zona, como se tratasse de uma loja. Curioso como religião e negócios se misturam. Começo a a perceber que cristãos, Hindus, Muçulmanos, budistas, etc são mais parecidos do que pensava. 



Depois disto começou a visita "propriamente turística".Pelo meio claro (ainda mais sozinho) fui abordado para, entre outras coisas, tirar fotografias com Indianos (o meu passatempo favorito!). A verdade é que depois de se habituar a estas questões, mais que diárias, vai se habituando a elas. Na semana passada, estive uma semana sem tirar fotos com ninguém, nem me perguntaram nada (tipo de onde és), a certo ponto até achei esquisito estar tanto tempo sem me dizerem nada. Pelo meio ainda fiz dois "amigos" que mal falavam inglês. Este tipo de amigos são sempre engraçados, dá sempre para rir e descontrair desde que não se passe muito tempo com eles, que foi exactamente o que me aconteceu. Passadas duas horas, comecei a me encher deles, eles bem que queriam que eu fosse com eles mas não, era o ponto final de uma grande amizade de 2h. Pelo meio até chegaram a ligar para os amigos para eu falar com eles. Com certeza disseram aos amigos "estou com um gajo branco" e tu não, toma lá! Porventura terei sido o maior prémio deles nos últimos tempos. 



Fiquei mais um dia em Jaipur mas mais nada de valor aconteceu, talvez excepto um condutor de rickshaw que por dois rupees (1 cêntimo) não ter aceite o dinheiro, incrível! Até os Indianos estavam escandalizados. Ah, já me esquecia, como se vê na foto em cima pela primeira vez estive à beira de elefantes e toquei num, embora sempre cheio de medo deva admitir. Na guest house ainda conheci alguns turistas onde deu para trocar experiências, pessoas engraçadas que conheci por aqui. Também foi a partir daqui que percebi muitas vezes que estes turistas que só vêm cá para fazer turismo têm muitas vezes uma ideia errada sobre a Índia.

Resumidamente Jaipur é uma cidade bonita, parece ser "organizada" como Bangalore, turistica (quase) como Agra mas demasiada sobre avaliada. Toda a gente me falava demasiado bem sobre Jaipur mas a verdade é que aqui não existe nada que se possa dizer de especial. A aventura a solo até agora tem corrido bem e amanhã é dia de partir para Jodhpur. 

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