Thursday, July 7, 2011

Agra, a cidade do Taj Mahal

Finalmente estava a chegar a Agra, pela primeira vez iria ver uma das 7 maravilhas do mundo. As expectativas eram grandes embora ao mesmo tempo sabia que devido às muitas imagens já vistas poderia ficar um pouco desiludido. 

A chegada a Agra foi feita pela noite. Ao irmos percorrendo a cidade até a guest-house podemos ficar a conhecer um bocado a cidade. As ruas à volta do Taj são todas estreitas, onde apenas pode passar um carro, claro está que por estes lados não à passeios e com isso torna-se um bocado congestionada a zona. Depois de mais uma negociação para arranjar um bom preço para ficarmos lá arranjamos sitio onde ficar, mesmo à beira de uma das entradas do Taj. O próximo passo seria ir jantar, a fome apertava. Ao passearmos pela rua fomos inevitavelmente abordados por o dono de um restaurante, vimos o menu, o preço era mais do que aceitável, subimos logo, com a fome que estávamos não dava para mais. Como quase todos os restaurantes da zona, era no telhado que se situava. Era a primeira vista do Taj, era de noite mas já dava para ver parte do topo. De manhã partimos então "à conquista" do Taj, pela entrada sul, mesmo à beira onde ficamos, a melhor porta para entrar. 

No caminho fomos abordados por miúdos de cerca de 12 anos que trabalham para as pequenas lojas em redor, esta é sempre a parte mais triste da Índia. Os miúdos são postos ali para tentar chamar clientes, para estes sentirem "pena", isto tudo ideia claro dos donos das lojas. Estes muitas vezes não olham a meios para  tentar chamar clientes. Alguns ainda dizem que vão à escola mas a verdade é que a maior parte não vão e o seu futuro começa logo a ser comprometido aqui. 

Compramos então o bilhete, caro por sinal, comparando por aqui os preços. Entramos na primeira porta e já poderíamos ver o topo, depois de passarmos a segunda porta é que é possível admirar-lo. Toda a área envolvente é realmente admirável combinando de forma perfeita com o Taj. Passamos ali um bom bocado e não me vou alongar em palavras pois é algo que realmente merece uma visita, vista com os próprios olhos (se quiserem têm fotos no blog!) e não comentado por palavras. Apesar de todas as fotos que já tinha visto consegui ficar impressionado! De seguida fomos ver o forte de Agra, local que não é tão "comercializado" como o Taj, mas também magnifico. A arquitectura é típica daquela região, com o vermelho a predominar. Deste forte também se pode admirar o Taj uma vez que tem uma vista magnifica para lá com o rio por trás de ambos os edifícios. 

Em seguida fomos ver o baby taj, sim, para quem não sabe têm uma versão mini (mais que mini!) do Taj. Mas a verdade é que o Taj impressiona, esta versão nem por isso. No caminho entre o Taj e a sua miniatura fomos de rickshaw (bicicleta), sendo uma viagem atribulada. Batemos contra búfalos, e não, não fomos por atalhos, simplesmente os búfalos andam na estrada. Para complicar a estrada era péssima, cheia de buracos que fazia com que estivéssemos sempre a saltar e a bater com a cabeça na parte superior do rickshaw. E ainda pior era que o condutor era demasiado fraco, resultado?! Numa subida, por mínima que fosse tínhamos que descer e ir a pé. Que saudades do condutor de Delhi, fazia este parecer um amador! E o de Delhi era já um senhor com os seus 60 anos, este cerca de 30... E claro para acabar o dia em beleza com o condutor, na volta, o condutor conseguiu atropelar um homem já com a sua idade bem avançada. Que acidente! Imagino o que terá doido. E que pontaria para atropelar uma pessoa com uma bicicleta com tanto espaço! 

No dia seguinte fomos a uma cidade antiga a cerca de 40km. A cidade é basicamente como o forte de Agra, mas mais pequena, mais estreita. Perdemo-nos logo inevitavelmente. O palácio bem que estava lá no topo, era fácil de avistar, agora como lá chegar, nem ideia!! Lá fomos abordados por um individuo, que lá nos levou por umas ruas um bocado para esquisitas, a meio cheguei a pensar para onde ele nos estará a levar??!!! As ruas faziam lembrar um bocado as favelas do rio de janeiro. Mas por fim lá chegamos, mas o homem não nos queria largar. O normal nestas situações seria nos mostrar tudo como já estava a querer fazer  e no fim pedir nos dinheiro. Então dissemos-lhe logo que não precisávamos dele e logo do nada aparece um gajo a dizer que não eram guias, mas sim trabalhadores locais que ajudavam na preservação do palácio. Eles então disseram-nos que nos davam uma visita guiada sem cobrar! Claro que quando dizem isto por aqui, nunca é inteiramente verdade. Bem, lá nos fez a visita, acabou a visita num sitio que não tinha nenhum interesse, pelo menos para nós, mas tinha lá a "barraca" da sua família onde vendiam artigos feitos em pedra. 

Depois de muito aturar estas pessoas, lá saímos da mesquita, sim ficamos a saber que aquilo era uma mesquita e não o palácio! Fomos então ao palácio! Sem sabermos bem onde era fomos mais uma vez abordados por um miúdo que lá nos levou lá a troco de no final lhe darmos os bilhetes para que ele os pudesse vender outra vez. Mas este miúdo era qualquer coisa, engraçado, inteligente. Ainda nos mostrou a parte antiga da cidade. O miúdo foi realmente qualquer coisa fora do normal do que tínhamos entao encontrado. No regresso a Agra ainda tivemos, ou tive pois era eu que estava na janela, um daqueles sustos que queremos sempre evitar. Estávamos num cruzamento (era uma auto-estrada!) e ao entrar vinha um camião, o condutor do autocarro em vez de esperar que o camião passa-se, não mete-se! Resultado??!!! Colisão... Para minha sorte que estava na janela onde tudo aconteceu o condutor do camião ainda desviou um bocado, dando-se apenas um mini-acidente, mas que deu para o susto.  

A viagem a Agra acabou. A vida por estes lados não para e amanha seria altura de partir para o Nepal. Mas antes estava na altura de me despedir do meu amigo com quem viajei até aqui, Youni. Este regressava ao seu país, eu ficava por mais algum tempo. Isto fez-me pensar que breve era a minha vez de dizer adeus aos amigos por aqui e que o tempo passava a uma velocidade alucinante. 

2 comments:

  1. os indianos realmente são um povo descontraído. Vai se fazendo :D

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  2. Stress é coisa que por lá não se encontra...

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