Friday, May 27, 2011

A chegada a delhi

Depois de muitos avanços e atrasos finalmente conseguimos arranjar bilhetes para delhi, não de comboio como (a minha carteira) pretendia, mas de avião.  O objectivo era ir para Agra, ver o famoso Taj Mahal, mas pelo meio ainda tivemos algumas aventuras em Delhi.

Aterramos em Delhi para tentar apanhar um autocarro ou comboio para Agra. Segundo os seguranças do aeroporto a nossa melhor hipótese era o autocarro. Partimos então em direcçao à estação inter-estadual. Ao chegarmos lá, fomos pelas traseiras, começamos logo a pensar se aquilo seria mesmo uma estação de autocarros. A estação parecia um prédio que tinha começado a ser construído com obras por todos os lados, ao mesmo tempo que as pessoas por ali circulavam e mesmo as centenas de pessoas que por ali tinham os seus negócios como quiosques faziam a sua vida naturalmente. A vida em nada se alterava! Procuramos pelas bilheteiras; sem sucesso! As pessoas não falavam inglês, mas o pior era que nos começavam a falar em Hindi como se nós os fossemos perceber! Mas isto, não durou 1 minuto, mas sim à volta de 5. As pessoas vinham e iam, a explicar-nos, ou a tentar, tudo e mais alguma coisa, mesmo sem entender uma palavra do que nós estávamos a dizer. Mesmo palavras como railway, train, bus station, etc. nada fazia parte do vocabulário deles. A certa altura pensávamos como diabos iríamos sair dali??!! O sitio era caótico, nunca me tinha visto em tal situação e isto ainda só estava a  começar. No meio desta aventura encontramos um homem que nos disse que nesta estação não havia autocarros para Agra e que teríamos que nos mover para outra. Sem mais nem menos este mesmo homem pega na minha mão, começa a escrever as iniciais de uma outra estação e diz para apanharmos um autocarro até lá. Claro que este homem também não falava inglês, a única diferença é que este era mais inteligente e percebeu que nos estávamos desesperados e queríamos ir para Agra. Mostramos as iniciais, tentamos pronunciar a estação a outras pessoas, nada, nem sabíamos como iríamos ir para a outra estação, todas as pessoas sabiam tanto como nós, embora maior parte claro, nem ler sabia ou não nos percebia. Percebemos mesmo que por mais tentássemos ninguém nos iria ajudar, e teríamos que nos mover por nós próprios. 

A solução foi mesmo ir de comboio, agora a aventura era ir para a estação de comboios. Tentamos apanhar o metro mas só para comprar um bilhete iríamos estar a tarde toda, próxima alternativa era apanhar um rickshaw mas novamente a mesma situação, nem palavras como train eles percebiam e claro as que percebiam pediam-nos muito dinheiro! Mas por fim arranjamos um rickshaw, o verdadeiro, o antigo, puxado por uma bicicleta. Uma nova experiência na Índia. Era um velho que nos esteve a puxar por Km até que nos deixou na estação. Mas este apesar da sua idade, foi o melhor condutor que tivemos. percebemos isso mais tarde na nossa viagem, em alguns ainda tivemos que sair do rickshaw para ele se movimentar, este nunca e só parou para beber 3 copos de água com uma rapidez inacreditável. 

Nova estação, meios de transporte diferentes, exactamente a mesma coisa, o caos reinava! Depois de muitas lutas, entre outras para não deixar ninguém me passar à frente. Isto tudo porque na Índia não existe coisa chamada ordem, ordem de chegada, a ordem e mesmo quem chega primeiro lá à frente. A muito custo consegui o meu bilhete, ainda consegui saber o número da plataforma (por sinal estava errada) e quase ficava sem o meu troco. Claro o vendedor dos bilhetes deve ter pensado para ele, se lhes digo a plataforma fico com o troco! Ao fim de longas horas por fim estávamos a caminho de Agra!  

Tuesday, May 24, 2011

Kerala

Aqui começa um mês de viagens pela Índia, onde de tudo me aconteceu. Espero que gostem e quem sabe se não irá ser útil para alguém no futuro. A minha primeira viagem foi então para Kerala, destino conhecido pela sua paisagem verde e por os seus backwater.

Partimos pela noite para kottayiam. Pela primeira vez iria viajar num volvo, com boas perspectivas de ter uma boa viagem. Erro fatal! Os indianos quando ligam o AC não brincam, é para pôr abaixo dos 15°C; que frio! Foi das poucas vezes que iria passar frio pela Índia. Mas a para complicar passavam a vida a desligar e a ligar o AC; barulheira toda a noite!

Objectivo da ida a Kottayiam era para apanhar o ferry público para ver os backwaters. A maior parte das pessoas aluga um houseboat; mas fica demasiado caro so para dois. A solução foi mesmo apanhar o ferry. Para quem não sabe os backwaters são um conjunto de canais de água (para melhor descrição vejam as fotos no álbum) com mais de 900km e são possivelmente a maior atracção em kerala. O ferry faz grande parte dos houseboats e ainda passamos por o meio de algumas povoações. Existem partes em que as pessoas vivem completamente isoladas e onde só podem-se movimentar através do ferry, vivem mesmo no meio de ilhas no meio dos canais de água. A verdade é que vê-se imagens espectaculares, mas ao mesmo tempo, a partir de determinado momento torna-se demasiado repetitivo. Passadas cerca de 3h deu-se a chegada a allepey onde logo arranjamos um lugar para ficar e claro descansar após uma longa noite.

No dia seguinte fomos para varkala, uma das melhores praias de Kerala. A viagem foi feita de autocarro, num autocarro onde simplesmente não existiam janelas. A viagem foi feita em cerca de 4h por uma estrada (a única por aqueles lados) que por vezes seguia mesmo a beira mar. Chegando à praia foi arranjar um lugar para ficar. Para nossa surpresa arranjamos logo um sitio por um preço bem barato, e sem negociar! Por norma pela Índia consegue-se preços razoáveis mas sempre com a necessidade de negociar, faz parte da cultura deles. A praia era pequena, com umas grandes arribas o que fazia com que tivesse umas vistas incríveis. Por outro lado aqui as correntes eram fortes, fortes como porventura nunca tinha visto, lá 10 minutos pareciam uma hora.

No dia seguinte fomos para ooty, já em Tamil Nadu. O objectivo era percorrer a linha férrea do toy train. A missão à partida era quase impossível pois não tínhamos bilhetes. Depois de muita espera na estação conseguimos os bilhetes, na pior parte do comboio, mas conseguimos os bilhetes que era o mais importante. A viagem dura 6h, para fazer 30km num comboio do inicio do século passado que ainda funciona a  vapor. Esta é feita por meio de túneis, cascatas, plantações de chá levando-nos a cerca de 2000m de altitude. A locomotiva estava mesmo por trás de nós sendo o ruído bem perceptível mas pior era mesmo o fumo que nos túneis entrava dentro da carruagem, nem para respirar dava. Ooty é uma cidade que fica no topo de uma montanha conhecida pelos seus chás, razão de existência da linha de comboio, e pelos seus chocolates (tão baratos e bons).

A primeira semana de viagens acaba, cansativa, mas soube bem, o inicio de uma longa jornada.    

Thursday, April 7, 2011

Mysore

O fim de semana começou com um aniversário de uma amiga, Cynthia. Ela queixa-se que não escrevo o suficiente sobre ela, bla bla, por isso os meus Parabéns! Felicidades e que possamos nos reencontrar no futuro para celebrar mais belos momentos.

Ao sair da festa aconteceu mais um momento "caricato" por estes lados. As minhas companheiras de apartamento queriam-se ir embora, cansadas e por que trabalhavam no dia seguinte era hora para elas regressaram. Mas não podiam, ou melhor os Indianos não deixavam. Porquê? Porque são mulheres! Incrivel como num país onde nunca ouvi falar de assaltos ou coisa parecida, imploraram-me (obrigaram-me) para ir com elas. Elas jamais poderiam ir sozinhas, pura e simplesmente tive que ir com elas. A festa acabou para mim! 

Mas no dia seguinte começa a verdadeira história. A minha ida a Mysore. Cidade pequena (para a Índia), fui para lá sem grandes expectativas, mais para fugir do tédio que as vezes se instala em bangalore. Saímos de Bangalore por volta das 15h de comboio. A minha primeira viagem de comboio. Estava à espera de um comboio cheio, a abarrotar, tal e qual como se vê no you tube, mas não, para minha desilusão. É verdade que ia cheio, mas não para os padrões da Índia. Iam pessoas em pé, preferencialmente a beira das portas, mas nada de extraordinário. Viajamos em 2ª classe, onde praticamente toda a gente por aqui viaja. O comboio cheio de ventoinhas, preciosas nos dias de calor, como se tem sentido nos últimos dias, mover-se-ia lentamente. A velocidade média deve rondar os 100km/h, se tanto. É lento mas ao menos costuma chegar a tempo. Durante a viagem estavam sempre pessoas a passar por nós, vendedores ambulantes. Uns pertenciam ao comboio, outros penso que nem por isso. Vendiam de tudo um pouco, desde fruta, amendoins, chã (Chai) . Aqui provei, porventura, os melhores amendoins que já tive na minha vida. O único ponto negativo mesmo é  as casas de banho, digamos que a higiene não é a melhor. 

Aqui um parêntesis para falar de chã e café. Aqui o chã ao contrário da maioria dos países (que eu conheça) não é água fervida com a "infusão". Aqui é (senão estou em erro) é o chã típico que temos mas eles acrescentam leite, e por vezes especiarias. A verdade é que é muito bom! O café já não posso dizer que é a mesma coisa, não é mau, mas o nosso é melhor. Basicamente é água com leite (mais uma vez, penso eu de que....) 

Mysore é uma cidade pequena a alguns km de Bangalore. Tem algumas atracções turísticas, não muitas, mas dá para passar um bom dia, tal e qual como fizemos. O facto curioso foi que neste dia jogava a Índia, em cricket. Final do campeonato do mundo e para quem não sabe, cricket é o desporto nacional daqui. Na verdade é praticamente o único desporto que por aqui existe. Eles ainda falam de futebol, a verdade é que é difícil ver alguém com uma bola. As pessoas são tolas por cricket, mas ao mesmo tempo parece que às vezes  não se importam. Estamos dentro de uma pizzaria a ver o jogo, a parte final. Sim, porque o jogo em média tem 8h! Mas descobri no dia a seguir que no inicio o jogo tinha dias e não horas! Ainda bem que reduziram! Mas lá estamos nos a ver o jogo, as meninas a comer, pois senão não estaríamos ali, e dezenas de pessoas cá fora a ver o jogo pelo vidro. Sentei-me em frente a televisão sem reparar, disseram logo para sair dali. Ganharam no final, mas depois à espera de grande festa, afinal ganharam o campeonato do mundo pela 2ª vez, mas não ouve grandes coisas. Segundo algumas pessoas ouve alguns festejos por Bangalore, mas suponho que nada de extraordinário. 

No dia seguinte vimos o palácio. O palácio é mesmo muito bom, espectacular, merece mesmo ser visto. Então ao domingo  à noite quando por uma hora acendem todas as luzes é ainda mais espectacular. Outra coisa boa que esta cidade tem é a comida, um bocado picante demais para meu gosto, mas boa. Evidentemente que o meu estômago ressentiu-se, mas após 3 meses por aqui, o estômago já vai aguentando melhor. 

À tarde tive uma das melhores "experiências" por estes lados. Fomos visitar o mercado de Mysore. Aqui pode-se encontrar de tudo um pouco, mas claro, cheio de gente, muito diversificado, colorido. Sempre com pessoas de um lado para o outro, com uma agitação inacreditável. Aqui deu para conhecer mais um bocado da Índia "verdadeira". Até deu para aprender a fazer incenso. 

Bem, fez-se de tudo um pouco, experiências novas, resumindo um bom fim de semana. Vejam as fotos, interessantes! Até à próxima. 

Wednesday, April 6, 2011

O inicio do fim

O tempo passa rápido, principalmente quando não o desejamos, é lento quando precisamos que seja rápido. Acontece em todo o lado e a Índia não foge  à excepção. Esta semana acaba o meu estágio, é o inicio do fim de uma grande aventura. Ainda parece que cheguei aqui "ontem", quando na verdade já estou quase a partir. 

Começa a ser tempo de balanço, do que irei fazer agora, ou não, um misto de sentimentos começa a passar-me.  Começo a pensar nas diferenças entre os países, nas diferenças culturais, nas mudanças de hábitos. Faço questões como: Será que vou andar no meio da estrada como é costume aqui? Será que vou atravessar a rua que nem um tolo? Será que o carro vai parar (por aqui podes estar a bater que os carros não irão parar)? Ao conduzir irei fazer os mesmo movimentos que vejo por aqui (é melhor não senão fico sem a carta em 1 minuto, se tanto)? Resumindo irei sobreviver? Uma coisa que tenho andado a pensar é que não tive grandes dificuldades em adaptar-me à Índia, mas não tenho a mesma certeza em relação em voltar. Depois de adquirir alguns hábitos, penso que será difícil deixa-los, mas isso só o tempo poderá responder. 

Mas a aventura continua, por isso digo que isto é o inicio do fim. Vou ficar a viajar por aqui durante cerca de um mês, explorando este país cheio de surpresas. Pretendo conhecer o norte melhor, irei também ao nepal. 

Se é verdade que já começo a sentir saudades daqui, também é verdade que estou excitado por poder viajar. 

Holi, um dos festivais mais divertidos que já vi

Este fim de semana foi espectacular. Muita diversão, alegria, muitas coisas para fazer. Molhado, seco ou colorido! Exaustivo também, chega a segunda e estou sempre cansado. Porque não temos um feriado à segunda para descansar do fim de semana? Mas o que interessa é que foi mesmo bom.

Sexta à noite, a primeira festa em Frazer palace, pelo menos desde que moro aqui. A festa foi divertida, sobretudo graças o Ronan em bom plano (bêbado entenda-se). A festa foi calma, deu para conhecer nova gente e passou-se bem o tempo. 

Também foi a primeira vez que Ricardo conheceu o pessoal de benson town entre outras pessoas. Ricardo é o novo estagiário que chegou, Português! Bem começa a ser realmente esquisito viver na India num apartamento onde 5 pessoas falam Português. É daquelas coisas que antes de virmos nunca vamos esperar, nem com uma quanto mais com 5???!!! Por vezes penso se será bom ou mau??? Mas a verdade é que tem as suas vantagens e desvantagens, gosto de tirar partido das vantagens...

No sábado fomos à Wonder La. É um parque temático com uma parte seca e outra molhada. A verdade é que antes de ir para lá pensei que só fosse um parque aquático, mas enganei-me. Houve bons momentos lá. Pela primeira vez entrei numa "discoteca" onde estava a cair água, bem interessante o conceito devo dizer. O parque era interessante mas nada de interessante. Estava à espera de grandes quedas de água, muita adrenalina, mas não. Eu pensava que por estes lados, como vimos todos os dias cá fora, a segurança era coisa que não era chamada para aqui, mas enganei-me a segurança era demais! Nem dava para ter um bocado de adrenalina. Uma experiência não muito Indiana, mas que soube bem. 

Agora a melhor parte, mas também a mais difícil de descrever, se puderem pesquisem no google, o conceito é mesmo bom. O Holi, festival Hindu, um dos maiores da India. O festival das cores. A história deste festival está relacionada com alguns deuses hindus, a verdade é que me contaram a história, mas como todas as histórias sobre deuses hindus esqueço-me. A melhor maneira de o descrever será porventura compara-lo com o Carnaval quando éramos crianças. Imaginem que têm uma pistola cheia de água e a estão a atirar aos amigos, agora substituem a arma e a água por cores, pó de várias cores (vejam as fotos). Objectivo? divertir-se. Como? Tentar colorir o resto das pessoas, o mais possivel. Além disso temos uma bebida muita característica do holi, o bhang (creio que é assim o nome). Feito de leite, chá e outro ingrediente que nos pode levar a loucura (só descobri que ingrediente era depois de beber). Claro, isto só poderia ser legal na Índia, na maior parte do mundo seria ilegal. Mas falar é muito bonito, mas o ideal é fazer o seu próprio holi. Já levo algumas cores para Portugal, assim já me posso divertir. Os efeitos secundários das cores é que poderão não ser muito agradáveis. Estou com partes do corpo pintado de verde e rosa, as unhas dos meus pés estão mesmo pintadas de rosas e não há jeito de sair. Hoje estava a olhar para os pés de uma mulher e reparei que tenho as unhas mais pintadas do que ela. E isto pode demorar semanas a sair, mas valeu a pena! 

Divirtam-se! 

Tuesday, March 22, 2011

Goa, um pequeno pedaço de Portugal

Goa, um estado da Índia, antiga colónia Portuguesa. Um bonito lugar para viver, viajar, para aproveitar. A primeira vez que fui a Goa, tenho que admitir que foi um bocado esquisito. Esquisito, no sentido em que parecia que estava a entrar noutro país, parecido, mas não o mesmo. Foi muito bom reconhecer tantas coisas típicas do nosso país. Os nomes, a arquitectura, os edifícios por nós deixados lá, tantas coisas. 
Entramos em Goa por umas montanhas, curva e contra curva, a viagem por esses lados não foi muito simpática, compensava a vista, algo maravilhoso. É realmente maravilhoso os contrates que por ali podemos encontrar, em um momento estas no meio de uma montanha, algum tempo depois estas no meio de uma praia. O maravilhoso por aqui é que apesar de ser um dos maiores destinos turísticos na Índia, grande parte do estado continua rural. Durante a minha chegada podemos ver pelo caminho pequenas lojas, com nomes típicos Portugueses como farmácia ou café. Eu gosto de dizer que Goa é um pequeno pedaço de Portugal, pelo menos para mim. Na Índia é praticamente impossível ter qualquer tipo de cultura Portuguesa, aqui temos um pequeno refugio para nós.

Na minha primeira viagem fiquei lá por dois dias, fomos à praia, alugamos umas motas, fomos explorar o norte da ilha. Foi realmente bom, a primeira vez é sempre algo de especial. Também por coincidência foi a ultima viagem de um colega nosso. Mas a coisa não correu bem para ele. Aqui tens que estar sempre à espera que a tua próxima refeição poderá dar cabo de ti, não significa que esteja estragada, mas apenas o facto de estar um bocado mais picante que o normal, poderá dar cabo do estômago. Por coincidência foi a ele que afectou mais, passou o fim de semana na cama...

Na segunda vez, fomos a um outro lugar, novamente no norte. As diferenças entre a primeira vez e a segunda, não diria que são gritantes, mas são visíveis. A primeira era uma praia, praticamente deserta, com vacas na praia, aquela típica vaca Indiana que está em todo o lado. Desta vez era mais uma praia turística, onde não se viam as vacas, mas sim cães, muitos deles. Até fizemos um amigo lá, Jimmy, que cão maravilhoso! O cão pertencia ao dono do restaurante (por coincidência também era o dono onde dormimos), ele era como uma espécie de guardião do local. E que guardião, guardava também o local que afugentava até os clientes. De repente só vimos o Jimmy a começar a correr e ferrar um gajo, Indiano. Por norma só ladrava aos Indianos, o que não me deixou muito seguro. Até porque ele estava mesmo por trás de mim, sorte a minha. Enquanto esperava pela comida, enquanto comia, não tirava os olhos do cão. Por sorte minha esta não era a minha ultima história com ele, à noite outra vez meteu-se no meio do caminho, desta vez não podia mesmo mexer-me, tive que esperar que alguém da casa o tirasse de lá. Digamos que foi um cão que gostou mesmo de mim. 

Desta vez, para minha satisfação ficamos 3 dias em vez dos 2 da ultima vez. Com 3 dias podemos gozar muito mais, não precisamos de pensar sempre que amanha já temos de voltar, o tempo passa mais devagar. Mas sejam dois ou três dias, sabe sempre bem viajar.

Mas agora Goa começa a esquecer a sua história. O português já não é mais uma língua falada por aqui, apenas pessoas muito idosas falam Português, pelo menos assim me falam as pessoas. Verdade seja dita, nunca vi ninguém a falar Português. Agora Goa começa a ser conquistada, pelos russos. É impressionante o número de russos que andam por aqui, em cada 10 pessoas, pelo menos 5 são russos, se não mais. E dos outros 5 não estejam à espera que sejam Indianos. Os Indianos apesar de terem tantas e fantásticas praias, não são muito fãs delas. Alias grande parte deles, nem nadar sabe.  Mas retornando à Russia, até os menus são em russo. Para as pessoas que se queixam que no Algarve é só Ingleses ou Alemães, esqueçam!  Pelo menos aí podemos encontrar Portugueses, e por norma ainda são cerca de 50%, aqui nem 10% são Indianos.

Na primeira vez fomos a Old Goa, ali parece mesmo que estamos em Portugal. As igrejas, são completamente Portuguesas, a calçada, as ruas, a arquitectura envolvente, etc. Infelizmente não tive a oportunidade de visitar toda a Old Goa, espero ter a oportunidade de lá voltar com mais calma. É realmente interessante ver como o nosso país contribui, adicionando valor a Goa. Penso que é perfeitamente visível que aqui, pequenas coisas que o resto da Índia tem e que não são agradáveis, aqui não se nota tanto. Desde a simpatia das pessoas, à forma como levam a vida de uma forma diferente, penso que é possível ver como não é, no mínimo igual ao resto da Índia, na minha opinião graças a nós.


Bem este fim de semana lá volto outra vez a Goa, com tanto sitio para viajar, acabo sempre por voltar a Goa. Sabe bem, devo admitir!