Monday, February 6, 2012

Jaisalmer, a cidade dourada

Depois de todos os condicionantes do costume, sobretudo a negociação do lugar onde iria ficar, dei uma volta pela cidade e para espanto meu a cidade era minúscula, deve ser mesmo termo a utilizar. Em 3h já tinha cobrido a cidade inteira! E pensar que tinha vindo para esta cidade um dia mais cedo pois a última em que tinha estado era pequena!

Estava a pensar em fazer um safari de cerca de 1 dia, mas depois deste pequeno contra tempo decidi alterar os meus planos e alargar o tempo pelo deserto. Dois dias e uma noite era o tempo em que iria ficar por lá. Logo pelas 7h da manhã, estávamos a sair, apenas havia tempo para o pequeno almoço e conhecer os meus companheiros de viagem, Júlio e Mika. O meu pequeno almoço já estava na mesa quando cheguei bem como os meus companheiros, Júlio, um cromo nato estava olhar para o pequeno almoço para tentar perceber a minha nacionalidade. Imaginem que o meu pequeno almoço eram tostas, como se tostas fossem especificas de algum país! Mas este era o Júlio que estava a começar a conhecer, típico viajante que vem à Índia para conhecer apenas os lugares turísticos mas que ao mesmo tempo pensa que sabe tudo sobre a Índia. Outra característica destes sujeitos é que se acreditam em tudo o que lhe dizem. Mika, por outro lado, era uma rapariga vinda da Alemanha, que tal como eu estava cá a estagiar, mas esta já cá estava quase há um ano. 

Fomos de jipe até quase ao deserto para depois começar o safari propriamente dito, com os camelos. Tínhamos dois guias cada um com o seu camelo. No primeiro contacto com estes animais percebi logo que estes eram maiores do que pensava, que podem cheirar bem mal e que na primeira vez que os montamos, estes ao erguerem-se é cá uma experiência,  assustadora! Mas em contrapartida a vista de lá de cima é qualquer coisa. Durante os primeiros minutos a sensação de "camelar" é óptima mas a partir de um determinado momento o rabo começa a doer... Paramos por volta do meio dia para o almoço e descansar um bocado. Nestas condições era muito cansativo continuar, estávamos na época mais quente do ano, onde as temperaturas durante o dia variam entre os 40ºC e os 50ºC. Partimos por volta das 16h, pelo meio ainda passamos por uma pequena aldeia no meio do deserto. Incrível como estas pessoas conseguem viver, mas não menos incrível estas pessoas vendem coca-cola no meio do deserto, e claro está a preços exorbitantes! Mas que bem que soube, pois a água que tínhamos trazido connosco já estava  a escaldar, mais quente do que a água que costumava tomar banho! 

Por volta das 18h chegamos ao deserto mais central, digamos assim. Até aqui era um deserto com uma mistura de areia e terra seca, a partir daqui já tínhamos dunas. Encontramos o sitio onde iríamos pernoitar e sentamos a ver o por do sol mais espectacular que já vi! Mais tarde deu para ver as estrelas, mais do que nítidas  Até me ensinaram a ver as constelações de estrelas. Mas durante tudo isto foi-nos aparecer um cão vindo nada, no meio do deserto, acho que só mesmo na Índia! Fiquei também a descobrir que estava uns escassos metros da fronteira com o PAQUISTÃO. Durante a noite dava mesmo para ver as luzes da fronteira. Outro facto curioso é que encontrei mais animais no deserto do que nas montanhas no Nepal. A Índia não parava de nos surpreender. 

Gostava de dizer que dormi bem. mas a verdade é que dormir no deserto é uma experiência única, mas não muito confortável. Para complicar a minha vida de noite tivemos uma mini-tempestade de areia, ao acordar de manhã sentia areia por todos os lados, até na boca ela ia parar. No dia seguinte a história foi basicamente a mesma que no dia passado, mas com um dia ainda mais quente, acho que na minha vida nunca vou estar num dia tão quente como este. Neste dia deu também para conhecer melhor os meus companheiros de viagem. Vou tentar descrever melhor o Júlio, pois foi um dos maiores cromos que devo ter conhecido. Só para compreender melhor, a primeira vez que o vi à frente a minha vontade era de começar a rir que nem um perdido. Será difícil descreve-lo mas tem dois pontos que não falham o seu bigode, feito pela manhã, pois segundo ele toda a gente no Rajasthan o utiliza, e os seus óculos completamente redondos. Apesar de ser Italiano, vivia em Inglaterra, mas se tivesse que dizer de onde ele era, diria certamente que era Judeu. Era engraçado vê-lo o quanto era "verde" em relação à Índia, como se deixava levar pela cantiga daqueles Indianos que só querem vender, de dizer que estava bem do estômago, quando passava o dia todo a fazer ruído de quem não anda bem e correr para a casa-de-banho improvisada do deserto.

A experiência no deserto é uma oporunidade que vale a pena por ser única, mas penso que não é para repetir, valeu a pena, mas uma vez é suficiente. Ah, quase que me esquecia, no segundo dia deu para correr com os camelos, a sensação é realmente única, porventura a melhor coisa que aconteceu durante a experiência.

Thursday, November 10, 2011

Jodhpur, a cidade azul

Bem pela manhã, cerca das 6h, chego a Jodhpur, mais uma vez de comboio. À saida da estação da-se a confusão do costume com com os condutores de rickshaw. Mas uma vez que ainda era cedo, e segundo o lonely planet a cidade era já ali ao virar da esquina, vou a pé para a cidade. Ao entrar no coração da cidade começo a olhar para o mapa, onde só tem uma ou duas estradas, e começo a olhar para a frente onde vejo dezenas de pequenas ruas! Para variar o lonely planet dá-nos as respostas que precisamos! A melhor maneira de imaginarem a cidade é vendo um daqueles jogos em que temos um labirinto e passamos horas  a tentar descobrir como chegar ao outro lado, foi assim que me senti naquele momento. Depois de andar para a frente e para trás, de passar no mesmo sítio vezes sem conta lá encontrei o lugar para onde queria ir. Mas ainda tinha o meu teste final, depois de uma noite no comboio sem dormir, de discutir com os condutores, de andar perdido ainda tinha que subir uma colina onde claro tinha uma vaca no meio da rua. Para imaginarem o tamanho destas ruas, uma vaca se se põe atravessada na rua, eu tenho dificuldades em passar, e foi exactamente isso que aconteceu! Se tivesse chegado à Índia à pouco tempo com certeza teria dado a volta e tentado ir por outro lado. Mas ao chegar à guest-house deparei-me pela primeira vez com a vista sobre o forte, magnifica!

Estive a descansar cerca de  uma hora para então me dirigir à procura do forte. No inicio tentei ir a pé, pelo meio ainda tentei negociar o preço com "auto drivers", mas nesta pequena cidade quando vêem um branco, ainda para mais sozinho começam logo a pensar que somos daqueles turistas cheios de dinheiro. Já depois de muito andar,de muito tentar negociar lá arranjei um preço aceitável. Nunca tinha tido tantas dificuldades em negociar como aqui e acho que esta foi a pior cidade para isso, mas lá por fim consegui. Bem que posso agradecer a Bangalore por me ter preparado para estes encontros "paranormais". Pedi então a ele para me levar ao palácio, indicando a direcção do forte bem lá no topo da colina. Mas depois de andar algum tempo percebo que ele não me estava a levar para onde queria mas sim para outro lugar, para outro palácio! Por sinal também queria ir lá, ficou a caminho, lá tive foi que renegociar o preço! Mas depois de todas estas visitas quando chego ao forte ele ainda queria mais, mais uma vez tive que andar a discutir com os auto drivers!

Mas tudo acabou, vi o forte que é esplêndido. Não posso dizer que é o melhor que já vi mas sem duvida dos melhores. Depois aventurei-me a ir sozinho para a cidade, primeiro por sítios em que seria impensável, mas com a ajuda de alguns Indianos que fui conhecendo lá cheguei ao fundo da cidade. A partir daqui o desafio era passar por todas aquelas ruas estreitas que se parecem todas as mesmas.  A cidade merece a visita essencialmente pelo seu forte, no inicio era para ficar dois dias nesta cidade mas depois decidi alterar os meus planos e ficar só um. Tenham é cuidado para quem for visitar esta cidade, aqui começa o deserto que vai até ao Paquistão por isso as temperaturas são bem altas. O dia em que estive aqui tinha temperaturas para cima de 40ºC. 

O pior de tudo foi depois mesmo para sair da cidade! Não imaginam quantas vezes me perdi, sai da guest-house para voltar a dar ao mesmo ponto vezes sem conta. Pensava que aqueles filmes em que as pessoas se perdem e voltam ao mesmo lugar diversas vezes nunca acontecesse com ninguém mas pelos vistos estava errado. Depois para arranjar um auto driver levei um bom tempo também, não sei porque mas naquele dia ninguém queria trabalhar, estava tudo de folga. Mais uma aventura para recordar! Agora segue-se Jaisalmer.

Tuesday, July 19, 2011

Jaipur, a cidade rosa

Depois do Nepal seguia-se Jaipur, conhecida como a pink city (cidade cor de rosa). A partir daqui vou começar a viajar sozinho, era uma nova experiência na minha vida. Sempre detestei viajar sozinho, vamos ver como me iria sair.



Depois do dia atribulado de ontem chego a Jaipur às 2h da manhã, sem noção onde deveria ficar, se iria ficar perto ou longe da cidade. Este é o desconhecimento total que não estou habituado com o qual não estou habituado. Claro que já sabia que iria ser abordado por condutores de rickshaw, sedentos por me levarem a determinado hotel para ganharem a sua comissão. À primeira tentativa já sabia que os preços iriam ser exagerados, à segunda lá arranjei a um preço razoável. Atendendo às circunstancias até que não correu mal, foi a diferença entre estar na India à cerca de 4 meses, se fosse logo no inicio seguramente a história seria outra. 

Comecei o dia a tentar a chegar à pink city, à parte da cidade antiga. No inicio tentei ir a pé mas depois desisti da ideia, estava meio perdido e longe do sitio por isso o melhor seria apanhar um rickshaw. O problema foi para  arranjar um, ninguém percebi para onde eu queria ir, mesmo tentando dizer os nomes em Hindi. Em determinado momento momento dizia um condutor que estava no sitio certo, quando na verdade estava no meio de nada. Lá apanhei um outro rickshaw, desta vez fiquei quase no sitio certo, apenas falhou a rua, bem como  o sentido. Estava apenas a ir no sentido oposto aonde deveria ir. 

One of the entrances in the pink city
Depois de muito andar sempre cheguei ao sitio certo. Pelo meio encontrei um gajo que exportava produtos para Portugal, queixou-se da embaixada em Delhi, para além de ser um cubículo dizia que as pessoas não eram as melhores. Mas uma pessoa que até sabia que nessa altura estavamos sem governo. Não é muito normal as pessoas terem tantas (ou nenhumas) informações sobre Portugal. O normal, usual é as pessoas quando digo que sou de Portugal ficarem a olhar para mim com cara de espantadas (algumas até com a boca aberta). Nota-se claramente que a maior parte das pessoas nem sequer tinha ouvido falar de Portugal. Mas o homem lá me deu uma dica, explicou-me que ao lado havia um templo em que se abrisse uma porta (estilo Lara Croft) poderia chegar ao telhado e ter uma boa visão sobre a cidade. Verdade e pelo meio ainda conheci o tipo que cuidava do templo. O mais engraçado é que no próprio templo o homem vendia produtos típicos da zona, como se tratasse de uma loja. Curioso como religião e negócios se misturam. Começo a a perceber que cristãos, Hindus, Muçulmanos, budistas, etc são mais parecidos do que pensava. 



Depois disto começou a visita "propriamente turística".Pelo meio claro (ainda mais sozinho) fui abordado para, entre outras coisas, tirar fotografias com Indianos (o meu passatempo favorito!). A verdade é que depois de se habituar a estas questões, mais que diárias, vai se habituando a elas. Na semana passada, estive uma semana sem tirar fotos com ninguém, nem me perguntaram nada (tipo de onde és), a certo ponto até achei esquisito estar tanto tempo sem me dizerem nada. Pelo meio ainda fiz dois "amigos" que mal falavam inglês. Este tipo de amigos são sempre engraçados, dá sempre para rir e descontrair desde que não se passe muito tempo com eles, que foi exactamente o que me aconteceu. Passadas duas horas, comecei a me encher deles, eles bem que queriam que eu fosse com eles mas não, era o ponto final de uma grande amizade de 2h. Pelo meio até chegaram a ligar para os amigos para eu falar com eles. Com certeza disseram aos amigos "estou com um gajo branco" e tu não, toma lá! Porventura terei sido o maior prémio deles nos últimos tempos. 



Fiquei mais um dia em Jaipur mas mais nada de valor aconteceu, talvez excepto um condutor de rickshaw que por dois rupees (1 cêntimo) não ter aceite o dinheiro, incrível! Até os Indianos estavam escandalizados. Ah, já me esquecia, como se vê na foto em cima pela primeira vez estive à beira de elefantes e toquei num, embora sempre cheio de medo deva admitir. Na guest house ainda conheci alguns turistas onde deu para trocar experiências, pessoas engraçadas que conheci por aqui. Também foi a partir daqui que percebi muitas vezes que estes turistas que só vêm cá para fazer turismo têm muitas vezes uma ideia errada sobre a Índia.

Resumidamente Jaipur é uma cidade bonita, parece ser "organizada" como Bangalore, turistica (quase) como Agra mas demasiada sobre avaliada. Toda a gente me falava demasiado bem sobre Jaipur mas a verdade é que aqui não existe nada que se possa dizer de especial. A aventura a solo até agora tem corrido bem e amanhã é dia de partir para Jodhpur. 

A viagem ao Nepal

Após cerca de semana e meia a viajar pela Índia estava na altura de começar uma viagem pelo Nepal. Devo dizer que estava excitado de conhecer este país incrível. Desde andar no meio dos Himalaias até à sua arquitectura. Um país muito interessante, onde se puder irei voltar um dia. 

Durbar square

Pode não parecer, mas achei o Nepal uma mini-Índia. As pessoas são basicamente as mesmas, o estilo se não é o mesmo é parecido. Apenas diferem no tamanho, são um povo muito pequeno. Quando cheguei ao hotel até disseram que era irmão deles. Ia a viajar com dois amigos meus, Thomas e Pedro, um Francês e um Mexicano. Eles os dois tinham a volta de 1,90 metros, eu com o meu metro e 67cm estava na média do povo Nepalês. Mas ao contrário da Índia o Nepal ainda é um país muito pobre e onde parece que as coisas não irão evoluíram assim tão rápido, embora por outro lado parece que no Nepal não se encontra aquelas pessoas mesmo muito pobres como acontece na Índia. Aqui no Nepal as disparidades não são tão grandes. 

Na chegada ao hotel reparamos logo que não havia luz, energia. Ficamos a saber que em Kathmandu, capital do Nepal, não têm energia suficiente para ter energia durante o dia inteiro. Então o que fazem é cortar a energia durante cerca de 4 a 5 horas por dia. Até têm um calendário com as horas  em que a luz vai falhar. Todo o dia da semana tem uma própria hora em a energia irá faltar. As pessoas que podem comprar geradores, o nosso hotel tinha gerador bem como todos os hotéis da cidade têm gerador, até as lojas locais que ganham o seu dinheiro dos turistas. Esta é uma cidade com muito turistas, quase todos vêm aqui para fazer trekking. Para quem não sabe trekking consiste em fazer caminhadas pelas montanhas. Agora a minha pergunta é se a electricidade é assim na capital, não quero imaginar como será nas outras cidades. 

Monkey temple
No primeiro dia estivemos a fazer visitas ao monumentos mais importantes da cidade. A arquitectura Nepalesa misturada com alguma Indiana é muito interessante. Muito diferente do que estamos habituados a ver. Mas a verdade é que após o primeiro dia depois torna se muito cansativo pois fica sempre a mesma coisa. Das várias coisas que visitei de destacar um dos sítios mais sagrados para os Hindus. Um templo com um rio mesmo a beira, o rio gangues ou um dos seus afluentes, agora não me recordo bem. Ali várias pessoas são cremadas, "queimadas ao vivo". Quem vai lá fica impressionado com o que se vê. Ali são cremados os Hindus e os budistas e é "interessante" ver as diferenças entre os mesmo. Os budistas como os católicos acreditam que o corpo da pessoa falecida vai para o céu ou algo do género o que faz com que este tipo de pessoas estejam constantemente a chorar. Por seu turno os Hindus acreditam na reencarnação, o que torna quase impossível  ver alguém a chorar. Já tinha visto alguns funerais por mim a passar na India, e na maioria das vezes pensava que eram casamentos. A diferença como eles encaram a vida, neste caso a morte é muito diferente. 



No dia seguinte bem pela manhã, demasiado vinha o que mais me excitou a vir, a possibilidade de ir ver o Evereste, a montanha mais alta do mundo. Claro que não ia a pé nem de carro, pois não é possível. A pé iria levar semanas e só poderia ir até a base do acampamento pois a partir daí teria que pagar 25 000 dólares só para passar para o outro lado. Claro sem falar em outras coisas, sim porque o menos era arranjar dinheiro. A solução era fazer uma viagem de avião com vista para as maiores montanhas dos Himalaias e claro incluindo o Evereste. Bem, já agora uma aula de geografia para os menos interessados em geografia. Os Himalaias ao contrário do que muita gente pensa não é uma montanha mas sim um conjunto de montanhas que incluem algumas das montanhas maiores do mundo e claro a maior do mundo, o Evereste. O dia não estava perfeito para boas vistas, muito nevoeiro o que fez mesmo com que o voo fosse adiado por algum tempo. Mas mesmo assim deu para ver o Evereste bem como as outras montanhas. O voo foi agradável, seguro pois era naqueles aviões, melhor avionetas e pensava que se ia abanar por todos os lados mas tive uma boa surpresa e realmente foi dos melhores voos que já fiz. Realmente é uma viagem inacreditável, qualquer coisa fora do normal apenas por cerca de 100 dólares. O voo durou cerca de uma hora, talvez um pouco mais. O único senão neste voo é que estamos demasiado distantes das montanhas, pensava que iríamos ver demais de perto mas a verdade é que se voássemos mais de perto seria muito arriscado.  












Logo depois do voo começou a parte cansativa de toda a viagem, começamos a subir pelas montanhas. Foi um primeiro dia cansativo. Logo no começo da viagem foi alterado os nossos planos. Fomos de carro até a um ponto onde começava a subir e deveríamos começar a andar aí, mas pelo meio não podemos subir de carro. Havia um cortejo na rua o que fez com que tivéssemos que começar a andar mais, mais cerca de 5km extra. O primeiro dia foi caracterizado por subirmos muito, vários degraus, devemos ter subido cerca de 1km nesse dia quase sempre em degraus, muito cansativo. A maioria das pessoas não vem por aquele caminho mas sim por um mais demorado e onde não é preciso subir tanto degraus mas como nós só tínhamos 3 dias de trekking teríamos que ir por ali pois é mais rápido. De dizer que 3 dias de trekking por ali não é muito normal, menos de uma semana é raro ver alguém. O segundo dia já não subimos tanto mas por compensação  foi bem mais longo! Fizemos cerca de 25km, que loucura e ainda para mais num ritmo alucinante. No final do dia estava exausto e com bolhas de ar nos pés. Ao terceiro dia devíamos ter feito cerca de 12km mas só fizemos cerca de 4km. Com as minhas bolhas de ar estava impossível andar, as dores eram por demais. Como estávamos a meio do caminho teríamos que ir de autocarro para a cidade. Ao chegar o autocarro reparamos logo que ele estava cheio, dentro não iria mais ninguém. A solução passava por esperar no mínimo mais meia hora mas sem certezas pois poderíamos estar ali horas ou ter uma nova experiência e ir no topo do autocarro, quando digo no topo é em cima do autocarro para não sobrarem duvidas. Era apenas mais uma experiência a acrescentar ao currículo. Mas isto não é tudo. Imaginem o que é descer os Himalaia no topo de um autocarro por uma estrada cheia curvas, onde as rectas são difíceis de encontrar e onde mal cabe um autocarro, já para não falar nos postes de electricidade. Sim pois se levantássemos muito a cabeça batíamos ou alguns batiam (eu não tinha altura suficiente) com a cabeça nos fios de electricidade! Bem agora imaginem isto tudo, ah e já me esquecia, o condutor gostava de velocidade, mesmo muita. Pronto para além disto imaginem que um dos pneus arrebenta em plenos andamento, o que uma pessoa normal faria? Parava o autocarro, este não segue sempre. Parar para que? 


Miúdos Nepaleses















Apesar de cansativo o trekking pelo menos pelos Himalaias é qualquer coisa de impressionaste, uma experiência muito positiva, não estava à espera que fosse gostar tanto. É uma experiência a repetir mas tentar ir mais alto na próxima vez e com mais tempo. Todo o contacto com a natureza, as vistas, o pôr do sol o ar puro que por ali se respira, coisa rara para mim desde que cheguei à Índia, foi algo por demais interessante. E pela primeira vez na minha vida fui acima dos 2000 metros de altitude! Para um Português é muita coisa subir acima desse patamar! 

No penúltimo dia ainda fomos visitar mais alguns monumentos mas como disse depois de um dia isto começa a ser repetitivo. Aqui tudo tem o mesmo significado, a mesma arquitectura, a mesma história, apenas os réis é que mudam. 

Foi mais uma boa semana que terminou comigo a "stressar". Perdi o meu voo de volta para a Índia! Péssimo dia para fazerem uma greve geral no Nepal. De referir que o aeroporto não ajuda, o pior aeroporto que já vi e porventura irei ver. O aeroporto pelos vistos foi construído entre os anos 50 e 70 e desde aí não sofreu remodelações, por isso imaginem. É a confusão total! Mas no final acabou bem, lá fui a seguir no próximo voo depois de muito "negociar", devo agradecer à Índia pois é coisa que se aprende na Índia é isto negociar! 

Monday, July 18, 2011

Agra, the town of the Taj Mahal

Finally i was arriving to Agra, for the first time i would see one of the seven wonders. The expectations were high but at the same time i knew that I could be disappointed due to the huge amount of photos i had seen during all my life. 

We arrive to Agra during the night. We try to search for a guest house and at the same time that we were going to there we start to discover  a little bit the city. The streets around the Taj mahal are all narrow, it's difficult to pass more than one car, of course there are no sidewalks around here and unfortunately due to this there is a lot of traffic around here. 

After more a negotiation to get a nice price we get the place to stay, right next to one the entrances of the Taj. Now was time to eat, we were so hungry. We were walking in the streets and approached by a guy. He was the owner of a restaurant "inviting" us to have dinner there. We saw the menu, it was nice, even better the prices, much more cheap than in Bangalore! The restaurant was on the roof like almost all the restaurants in Agra and we could see a first image of the Taj. It was dark so we could see much anyway it was our first vision of the Taj. In the morning we left to the "conquer" of the Taj, by the entrance south, right next we were staying and I believe the best gate to enter. 

On the way we were approached by kids of the around 12 years that work for small shops around the Taj, this is always the sad part of India. The kids are placed there to call the "clients", tourists. They use kids because it's more easy for them to call clients, the customer will say something like "poor kid". We were talking with them a little while and trying to understand why they are there. I believe this is guilt of the owners and not of them, they are only attracted by the easy money. Most of them told us that they are going to school but the truth is that most of them don't go and their future starts to be more difficult for them.

We bought the ticket, and in my opinion very expensive.If we compare to the most of prices in India the ticket  is quite expensive, it was 750 rupees. The ticket more expensive that i paid in India, I believe it was 250 rupees. We enter in the gate and after that there is another kind of the door (It´s a building) next but we already could see part of the Taj. When we enter in the building this the image that we have from the Taj. 
After we can really appreciate the Taj. All the surrounding area is very lovely, matching in a perfect way with the Taj. We passed some time there enjoying the place and i won´t say much about it because it´s really a place to admire with your own eyes and not to talk.

Despite all the photos I had seen I was impressed by the Taj, I think I was not expecting to be so amazed by the place. Next we went to the fort of Agra. It´s not so known as the Taj but also very nice. It was a nice surprise because I was not expecting to find such a nice fort here. The architecture it´s typical from that region  where the red predominates. From the fort you also can admire the Taj, it has a nice view to there with the river behind the "curtain".

Next we went to see the baby Taj. Yes, for the people that don't know, there is a small (really small) version of the Taj. The Taj is really impressive, but this? Not really, if it was now for sure i wouldn't go there. On the way to there we went by rickshaw (bicycle).It was a "bumpy" journey. We crash into buffalo(es), and if you're going to ask me if we went by some shortcut the answer is no. We were simply in one of the main roads of Agra. The road was really bad, full of holes, what made that we were always jumping and crashing our head in the top of the rickshaw. Hopefully we are not tall, otherwise the trip was even worst. But the worst was that the driver was really weak. Every small inclination we had to get out of the rickshaw and walk! How I missed so much from the driver from Delhi! The old gentleman made this to seems like an amateur! And this guy have 30 years, the guy from Delhi around 60! But the "best" was remained from the end of the day. This guy hit an old man with the rickshaw, with a bicycle! What a crash, I imagine was the old guy stayed. In the middle of so much space, how could hit the old guy?!!!

In the next day we went to an ancient city about 40km from Agra. The town was basically as the fort of Agra but smaller, more narrow. With so less space we were lost! The palace was on the top of a hill, was easy to see, but how to get there, any clue. We were approached buy another guy that took us there by some really narrow and weird streets. In the middle of the way I was thinking for where the hell is he going?!! The streets reminded  me a lot the slums of the Rio de Janeiro. In the end we arrive there but the man didn't leave us. The usual in this situation was shows the road and in the end ask for a tip. But we already had said to them that we didn't give him money, so we told him thank you, more than one time, and as he didn't realize we told him something like we don't need you more. But in the moment we told him this appears in the exact moment a gut telling us that they weren't guides but workers that help in the preservation of the palace and in some days they would give some small and free tour. Of course when they say this, it never is completely true, so the question was what are you planning? Well he made us the tour and he finished the tour in a spot without any interest, at least for us. But he had the "shop" of his family where he sells some products made of stone, very typical from all over India and specially from that place. 
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After some (a lot) of time we left the mosque, and not the palace as I was thinking. So we went to the palace, but when we arrive to the door of the mosque we realize that we didn't know where was the palace. We had a clue, but it was not sure. Again, we were approached, now by a small kid that took us there in exchange of the ticket. With our tickets he could sell it again. But this kid was something special, out of regular. He was quite smart and funny. We were talking with him in the way and in the end he even shows the old town that is in ruins. I remember that is dream was (is) to be a guide like is uncle. In the return to Agra we had or I had because I was in the window, one of that scares that we always want to avoid. We where in the bus, in a cross (in a high-way!), entering to the "road" we crash into a truck! The driver of the bus instead of waiting that truck passed as it was his right, no he just enter in street. For my luck, I was on the side of the window where everything happen, the driver of the truck turned a little and the damaged wasn't so big otherwise I don't want think what might happen. The funny part is that after one or two minutes arguing they leave the place like nothing happen and with the "cars" damaged. 


The trip to Agra is over. The life for this side doesn't stop and tomorrow was time to leave to Nepal. Mas before it was time to say goodbye to my friend Youni with who I traveled until now. He returns to his country, I would stay here for more some time. This reminds me that I was also about to leave India in a couple of days.


Tuesday, July 12, 2011

The first contact with Delhi

After many progresses and delays we finally got the tickets to Delhi, not by train as ( "my wallet") I wanted but by plane. The goal was going to Agra, to see the Taj Mahal but in the middle we had some adventures in Delhi. 

We land in Delhi trying to get a bus or a train to Agra. According the securities in the airport our best shot was the bus. They indicate us for where we should go and we leave to the inter state bus station. When we arrive to the bus station we entered by the back side of the bus station. Right here I started to think if that was a bus station. The station it seemed a building that was just started to build with constructions everywhere, at the same time that hundreds of people were walking there. Even the people that had their business there didn't stop, they do their life as nothing was going on there. We look for the ticket office, but without success, how could we find the tickets with constructions and workers everywhere??!!! The people didn't speak English but the worst was that they started to talk with us in Hindi as if we were understanding them. They understood perfectly that we didn't speak Hindi, but still they were talking and talking. People would come and go trying to tell us something I guess but after some minutes we were still on the same place without tickets, without knowing what to do! At some point I thought how the hell i'm going to Agra??? The place was chaotic, chaotic as i never saw and this was my 4th month in India but I never saw nothing like this. But the say was just beginning... In the middle of this chaos we found a man that could say some words in English, he told us that we were in wrong station and we should go for another. Without saying nothing he grabs my hand, he writes the initials of the other bus station and he points the place where we should take the bus. He made more some questions, but we stayed there without any answers. We try to get a bus to the other bus station but where we supposed to take the bus, we went to the point where he shows but we din't see nothing. We show the initials to the people there, no one knew what meant. We back to the square one, no square minus one because now my patience was below the standard level. We started to realize that as much as the Indians would love to help us they could't do it. I still don't understand if it's a good or bad thing when the Indians try to help us, even if they don't know.  

The solution was to go by train, the bus was giving us too much troubles. In the beginning we try to go by metro but only to buy a ticket we would be there some nice hour. We try to get a rickshaw but like in the bus station the rickshaw drivers would't understand us, even words like railway or train they would't understand. Finally we got an old man, nice one and it was a rickshaw a real rickshaw not the auto rickshaw. Our first adventure in a rickshaw. He was old but what a strength he possessed, later we realize that this was our best driver, what a man!  

Well new station, different kind of station, exactly the same situation as in the old. Chaos reigned here. This is  the city of chaos, I realize that on this day. I was so used to the train station in Bangalore, I now how difficult can be to get a ticket, but here was out of my imagination that could happen. In this day I started to realize how I love Bangalore, how Bangalore was such a nice place. After some "fights" I got the tickets, but still the number of the platform was wrong. Now I was thinking "I'm going to lose the train!" but in the end everything work well. Well in the moments during the day I said bad of my life but now that i return back I believe that this are the experiences that we only can have in India, in the amazing India!